Mighty Rearranger and the strange sensation
Mighty Rearranger and the strange sensation, violões potentes, a batida oriental, uma marcação zeppeliniana... Plant de volta e em plena forma com sua nova banda. Charlie Jones e Porl Thompson, bass & guitar respectivamente, estão bem substituídos e logo na entrada, com “Another tribe”, pode-se notar isso; uma batida tribal, um violão com uma pegada forte e um teclado climático dá o segmento de todo o trabalho. “Shine it all around” tem um toque de “When the leeve breaks” do Led e Plant prefere trabalhar sua voz em tons mais baixos, aumentando ainda mais o clima sensual de sua música. É o primeiro single. É também o primeiro disco em 12 anos totalmente composto por ele e banda, desde “Fate” de 93. Lançado em Maio, 2005, “Mighty Rearranger” alcançou o 4º lugar no Reino Unido e o 22º nos “States” e já está na lista dos cinco discos a serem votados como o melhor do ano pela revista “Classic Rock”. Chega de fóruns discutindo se Plant não dá mais agudos ou que sua voz não é a mesma. Na nova tour, cantando cerca de sete músicas do novo álbum, fora algumas dos seus discos anteriores como Morning dew, lindamente executada, e recriando clássicos do Zepp como “When the leeve breaks, heartbreaker, gallows pole, black dog e no quarter”, todas foram pinceladas com o apuro musical de Plant; não apenas a voz, mas os arranjos, a atmosfera de todo o conjunto. Deixando o mito Zeppelin onde ele deve ficar, gosto do teclado que abre “Tin pain valley” e permeia toda a música, ares de “Brian Eno”... a faixa mostra bem essa tênue diferença entre o suave e o pesado, logo entrando uma muralha de guitarra, baixo e Plant dando seus uivos. Belíssima música. “All the king’s horses" é a mais docemente acústica do disco; banquinho e luz baixa. “The enchanter” dá pra sentir a fumaça dos narguilês da capital Fez. Com uma marcação arrastada, é completamente climática, com um solo de guitarra dos mais sensíveis do disco. Plant sussurra, o teclado entra, os instrumentos se tocam... Vem-me a imagem de desertos e povos nômades. “Takamba” bem no estilo “Black dog” é mais uma que a guitarra toma conta do peso e o casamento com o baixo remete à dupla “Townshend & Entwhistle” do “Who”. “Dancing in heaven” já é bem sixty, ares de “Buffalo Springfield” e “Love”. “Mighty Rearranger”, faixa título, resume o disco, coeso e requintado com todos os músicos sendo bem utilizados e as canções do álbum tendo uma força como numa Jam festeira. Bom ouvir a harmônica de Plant. E assim, “Brother Ray”, quase um ensaio fim de gravação, finda o álbum que anuncia os festejos que marca os 40 anos de uma carreira brilhante e ainda muito promissora... E que venha mais, Plant é sempre uma maravilhosa sensação.
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