20 anos sem "Marco Antônio Araújo"

Iniciei 2006 pensando e pesquisando sobre o saudoso músico mineiro "Marco Antônio Araújo"...De minha parte, de meus pensamentos veio lembranças de suas composições, de como os seus vinis me acompanharam na estrada da música, de como seu estilo cheio de referências do rock progressivo, "Genesis","Floyd" "Jethro", passando pelo folk, comungavam com a atmosfera musical de Minas. "Marco" e seus 4 discos lançados em vida... Marcou pra sempre.


Infelizmente não encontrei nada nas minhas vasculhadas pela "net". Muito pouco para uma estrela de grandeza e luminosidade imensuráveis. Assim sendo, fica aqui um pouco da sua "Bio":

"Marco Antônio Pena Araújo" nasceu em "Belo Horizonte" dia 28 de Agosto de 1949. Aos 19 anos tocava guitarra no grupo "Vox Populi". Após viver alguns meses em "Ouro Preto" com uma comunidade de teatro, parte para "Londres" ,em 1970, ficando por lá dois anos e vendo shows do "Floyd", "Zeppelin","Stones"... "Quando comecei a não me satisfazer apenas em ficar vendo e ouvindo. Quando caí na realidade e senti vontade de tocar, me senti fora de casa e voltei para o Brasil" (Marco).

De volta ao Brasil viveu um período no Rio de Janeiro, onde fascinado pela música erudita, estudou Forma Musical e Composição com ESTHER SCLIAR. Ainda estudou violão clássico com LEO SOARES e Violoncelo com EUGEN RANEWSKY e JACQUES MORELENBAUM na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Ainda no Rio, fez trihas para cinema, teatro e balé.


Voltou a Belo Horizonte onde fez concurso público para ingressar em 1977 como violoncelista na Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e, uma vez aprovado, nunca mais saiu de Belo Horizonte e nem da Orquestra, sendo o primeiro músico a ingressar nela (Contrato nº001).


Com produções independentes, seus shows em pequenos teatros foram lotando a casa e formando um público fiel e atento. Tocou guitarra até 1976, época em que o irmão Alexandre, passou a estudar com ele.


A partir de 1979 sua música foi desenvolvendo e mudando os elementos e a sua sonoridade começou a mesclar com o Rock Progressivo.


No final de 1980, "MAA" lançou seu primeiro LP independente "INFLUÊNCIAS", depois de apresentar este mesmo trabalho num total de 74 apresentações, divulgando a música instrumental desde teatros sofisticados até refeitórios de fábricas na hora do almoço.
Lançou mais três obras de incontestável beleza: os álbuns "Quando a Sorte te Solta um Cisne na Noite" (de 82, que contou, entre outros, com o belíssimo piano de Max Magalhães), "Entre Um Silêncio e Outro" (de 83, este é na verdade, um disco puramente barroco, e que não contou com seus companheiros do grupo MANTRA) e "Lucas", lançado em 1985 e com participação de Jacques Morelembaum.
Apesar de trabalhar com um estilo de difícil aceitação, ainda mais em um período musicalmente tão estéril, as obras de "MAA" sempre obtiveram fortes elogios da crítica especializada, e justamente quando iria obter o tão merecido reconhecimento (receberia o prêmio de "Instrumentista do Ano", eleito em concurso nacional da revista "Veja"), quando havia feito sua primeira turnê nacional, veio a falecer dia 06 de Janeiro de 1986.

O quinto álbum do grupo "UAKTI", "MAPA", lançado em 1992 é uma Homenagem ao músico "Marco Antônio Pena Araújo", amigo dos integrantes do grupo.