terça-feira, janeiro 03, 2006

Nomes...



Nem me recuperei de 2005, das centenas de listas dos tais "10 melhores" e já vem um redemoinho de nomes e apostas para 2006. "Sufjan Stevens" foi unanimidade com seu trabalho "Illinois", assim como "Arcade Fire", "Spoon", "National" ou etc e tal... Bem, dizer unanimidade se ressaltarmos o estilo, no caso, "Indie", "Alter" ou similares. Para o Jazz quem sabe "Keith Jarret" com "Radiance", ou "Brad Mehldau" com mais um disco belíssimo "Day is done"; ou pro Metal, digamos, "Queen of the Stone Age", ou os dois cds "mezmerize"/Hypnotize" do "Syster of a Down", sem falar no "a se conhecer" "Jesu". Se ampliarmos um pouco mais talvez estejamos nos esquecendo do terceiro álbum da inglesa/indiana "Susheela Raman", "Music for crocodiles" em que pela primeira vez ela está acompanhada por músicos indianos. Tem o da "Bettye La Vette", o da "Kathleen Edwards" e o cd "Fisherman's woman" da italiana "Emiliana Torrini", um disco tão gracioso que o "Des Moines Register" ousou em dizer que se "Nick Drake" não sobreviveu para dar continuidade ao seu trabalho pós "Pink Moon", ela o fez (!). "Ry Cooder" lançou "Chavez Ravine", "Brian Eno" caprichou em "Another day on earth". Lista, nomes...
Confesso que "I am a bird now" do "Anthony & The Johnsons" foi "O" disco de 2005, bem como "O" artista. Não apenas por suas composições melancólicas, sua voz profunda, mas também por seus shows em que ressuscita clássicos de "Nico", "Leonard Cohen", "Moondog", "Current 93" e por conseguir executar suas músicas com interpretações que variam de show para show. "Anthony" é sempre uma emoção contida que certamente irá explodir.
Mas o "Devendra Banhart"... pode até parecer cansativo a priori ouvir as 22 canções de "Cripple Crow", mas o disco vai crescendo em intensidade, em surpresas sonoras, na variação de línguas (inglês/espanhol), de estilos; sem falar no carisma que ele tem, assim como sua voz particularíssima que, aos meus ouvidos, remete a voz e a atmosfera do "esquecido" grupo sessentista "The Beau Brummels".
Como antes citado, continuo considerando excelentes trabalhos que têm me proporcionado companhia e prazer: "John Vanderslice", "Bruce Springsteen", Fiona Apple", "Elbow", "Coco Rosie", "Son Volt", "Martha Wainwright", "Magnolia Electic Co.", "Richard Hawley", "Johnathan Rice", os três (!) de "Ryan Adams", "Nada Surf", "Jose Gonzales"...
Claro, não dá pra ficar de fora os dinossauros que lançaram também ótimos trabalhos: "Robert Plant, "Neil Young", "Paul Weller", "Paul McCartney" "Rolling Stones", "Van Morrison"...
Para o "Independent" se "Arcade Fire" foi o queridinho da crítica, o público preferiu "Coldplay", que ao contrário do que se pensa, "X & Y" é um delicioso terceiro disco de uma banda muito melódica e harmônica. Nomes, listas...
Dá pra esquecer da volta de "Vashti Bunyan" após um silêncio de mais de duas décadas? E o antenado "Beck" com o delicioso "Guero"? Que dizer de nomes como "Xiu Xiu" (Jamie Stewart) com sua linda experiência sonora chamada "La Forêt"?... e o "Great Lake Swimmers"?
Nomes, listas...
Numa entrevista de 1975 para "Pete Hamill" da revista "Rolling Stone", "John Lennon" disse o seguinte: (...) "Não posso deixar os 10 mais dominarem a minha arte. Se meu valor só puder ser julgado quanto a eu estar ou não entre os 10 mais, então é melhor desistir. Porque se eu deixar os 10 mais dominarem a minha arte, então a minha arte vai morrer. E depois se estou ou não entre os 10 mais é um ponto discutível."
Mas antes do ponto final, um disco que me arrebatou com sua energia, com a mistura de sons, ora lembrando "Rush", ora lembrando "Zeppelin", ao mesmo tempo que é "Santana" com "King Crimson", foi o álbum "Frances the Mute" do grupo "The Mars Volta" (foto): 10 !!!

THE END