sábado, dezembro 31, 2005
Happy "Neil Young"
.: Time Fades Away
.: Journey Through the Past
.: Yonder Stands the Sinner
.: L.A.
.: Love in Mind
.: Don't Be Denied
.: The Bridge
.: Last Dance
(Quick)
sexta-feira, dezembro 30, 2005
Câmara Cascudo
Nasce em Natal/RN - 30 de Dezembro de 1898
"Termino com saudades meu trabalho, libertador das erosões destínicas e demais cortesãos da velhice."
"Sou um homem mais de fé do que de culto. Posso recusar a extrema-unção, vou me entender pessoalmente com Deus."
"Não me interessei por nada no mundo. Daí a minha fidelidade mental ao meu trabalho. Sou um brasileiro feliz, diz Diógenes. Vivia minha vida e não a vida indicada pelos outros. Não fui o que quiseram, fui o que senti, a volição de ser. Hoje, sou um resto de idade, estou fora do ar, tenhos dias eufóricos, compreendeu? O trabalho para mim não era maldição. Era como o trabalho gostoso de fazer um filho. Prazer."
"O Brasil não tem problemas, só soluções adiadas."
- X -
Câmara Cascudo, o fundador da Sociedade Brasileira de Folclore, marcou o estudo dos costumes e do imaginário popular brasileiro desde a publicação de "Vaqueiros e Cantadores”, em 1939. Os seus livros não são apenas documentos eruditos da cultura oral brasileira e de suas raízes indígenas, africanas e européias, mas também clássicos da literatura brasileria eles próprios. Escreveu mais de 100 livros, guardou uma correspondência de mais de 12 mil cartas e deixou uma biblioteca com cerca de 8 mil livros.
Carlos Drummond de Andrade mandava consultá-lo quando o assunto era costumes brasileiros: "Ele diz tintim pôr tintim a alma do Brasil", escreveu. Monteiro Lobato discutiu com ele as primeiras páginas de Reinações de Narizinho. Manuel Bandeira disse-lhe uma vez que sua pasárgada era o ser, era o sertão do Seridó, no Rio Grande do Norte. Foi Mário de Andrade, no entanto, quem o tomou pôr confidente e trocou a mais longa correspondência com o escritor potiguar Luís da Câmara Cascudo, falecido em 1986.
(uma lembrança do conterrâneo!!!)
John Vanderslice
Live at The Independent, San Francisco, Nov. 5th 2005
quinta-feira, dezembro 29, 2005
"If I were a carpenter..."
"Tim Hardin"
Rainer Maria Rilke
Morre em 29 de Dezembro de 1926 aos 51 anos.
Hora Grave
Quem agora chora em algum lugar do mundo,
Sem razão chora no mundo,
Chora por mim.
Quem agora ri em algum lugar na noite,
Sem razão ri dentro da noite,
Ri-se de mim.
Quem agora caminha em algum lugar no mundo,
Sem razão caminha no mundo,
Vem a mim.
Quem agora morre em algum lugar no mundo,
Sem razão morre no mundo,
Olha para mim.
(Tradução: Paulo Plínio Abreu)
quarta-feira, dezembro 28, 2005
102 anos...
Candido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa fazenda de café em Brodoswki, no Estado de São Paulo.
terça-feira, dezembro 27, 2005
Downloads...
"Num" perca tempo nem diga que nunca ouviu falar... só "musgão"!
Rocky Voltalo - "White Daisy Passing": mp3
The National - "Secret Meeting": mp3
Rogue Wave - "Love's Lost Guarantee": mp3
Spoon - "Sister Jack": mp3
The Constantines - "Soon Enough": mp3
The Magic Numbers - "I See You, You See Me": mp3
Broken Social Scene - "Swimmers": mp3
Iron & Wine - "16, Maybe Less": mp3
Fiona Apple - "Not About Love": mp3
Antony and the Johnsons - "My Lady Story": mp3
Bonnie 'Prince' Billy and Matt Sweeney - "Bed Is For Sleeping": mp3
Art Brut - "Good Weekend": mp3
Ryan Adams - "Words": mp3
(ô música linda!!!)Richard Hawley - "The Ocean": mp3
Fiona Apple
FIONA APPLE: O' Sailor
video
Jason Molina
(Download - "Leave The City")
(Download - "The Dark Don't Hide It")
domingo, dezembro 25, 2005
25 de Dezembro de 1977...
("Último discurso")
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Nelson Rodrigues
"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico."
Morre aos 68 anos em 22.Dez.1980.
Nasceu da cidade do Recife, em 23 de agosto de 1912, quinto filho do casal Maria Esther Falcão e o jornalista Mário Rodrigues dos quatorze que vieram ao mundo. Mudam-se para o Rio de Janeiro por questões políticas envolvendo seu pai. Em 1920 Nelson ganha um concurso de redação escolar com uma história de adultério, o que teria chocado todo o corpo docente da escola. Nesse período, Nelson presenciou grandes discussões entre seus pais, causadas por ciúmes que seu genitor tinha de sua mãe.
Nelson inicia sua carreira jornalística em 29 de dezembro de 1925, como repórter de polícia, ganhando trinta mil réis por mês. Tinha treze anos e meio, era alto, magro e seus cabelos eram indomáveis. Embora fosse filho do patrão, teve que comprar calças compridas para impor respeito aos colegas de redação. Tanto o autor como seus irmãos mais velhos trabalhavam no jornal A Manhã: Milton era o secretário, Roberto ilustrava algumas reportagens, Mário Filho começou como gerente, indo depois para a página literária e depois a de esportes.
Nelson havia abandonado desde 1927 a terceira série do ginásio no Curso Normal de Preparatórios. Nunca mais voltou à escola, apesar do esforço desenvolvido por seu pai. O jornal, mal administrado e cheio de dívidas, passa as mãos do sócio de seu pai, Antônio Faustino Porto, que oferece o emprego de diretor a Mário. Este aceita, mas fica só um dia. A intervenção do novo dono em seus artigos faz com que ele e a família deixem o jornal. Amigo de Melo Viana, vice-presidente da República, no dia em que completava 43 anos, 21 de novembro de 1928, e apenas 49 dias depois de perder A Manhã, Mário Rodrigues lançou seu novo jornal de grande sucesso: Crítica, que chegou a ter uma circulação de 130.000 exemplares.
Em 26 de dezembro de 1929 o jornal estampa matéria, na primeira página, sobre o desquite de Sylvia e José Thibau Jr. Foi a formula encontrada para o diário não sair sem assunto, já que era o primeiro dia após o natal. No dia 27, pela manhã, Sylvia entra na redação da Crítica procurando por Mário Rodrigues. Não o encontrando, pede para falar com seu filho Roberto e dá-lhe um tiro no estomago. Nelson viu e ouviu aquilo tudo. Com dezessete anos e quatro meses, era a primeira cena de violência brutal que presenciava. Seu irmão faleceu no dia 29. Todos começam a procurar emprego, coisa que para eles não estava nada fácil. Foram meses batendo em portas fechadas. Começaram a vender tudo o que tinham para poder sobreviver e, devido ao aluguel sempre atrasado, eram obrigados a mudar de casa a cada três meses. Até que um dia uma porta se abriu para Mário Filho e os outros irmãos penetraram por ela. Roberto Marinho o convidara para dirigir as páginas esportivas do recém fundado O Globo.
No meio do ano de 1941 escreveu sua primeira peça, A mulher sem pecado que só entraria em cartaz mais de um ano depois com fracasso de público e relativo, mas satisfatório, sucesso da crítica. Em janeiro de 1943 Nelson escreve sua segunda peça teatral: Vestido de Noiva. Falou então com um polonês recém-chegado ao Brasil: Zbigniew Ziembinski que adorou a peça e lançou mão de todo seu empenho para realiza-la.
Nelson convidado por Freddy Chateaubriand foi para seu novo emprego nos "Diários Associados": diretor de redação das revistas Detetive e de O Guri. Como a função lhe tomava pouco tempo, o autor ficava perambulando pela redação da revista O Cruzeiro, que era no mesmo andar. Sempre procurando fazer "bicos" que permitissem um ganho extra - continuava a ajudar sua mãe financeiramente - soube que Chateaubriand estava querendo comprar um folhetim francês ou americano para O Jornal, que estava com uma tiragem de apenas 3.000 exemplares por dia e sem anúncios. Nelson ofereceu-se para escrever o folhetim. Dai nasceu Suzana Flag e Meu destino é pecar. Cada episódio tomava uma página inteira de O Jornal e tinha uma ilustração de Enrico Bianco. Foram 38 capítulos que elevaram a tiragem do jornal para quase trinta mil exemplares.
Apesar de estar ganhando um extra por capítulo, o autor não gostava que soubessem que escrevia com pseudônimo feminino. Quando a história terminou, o sucesso foi tão grande que foi lançado um livro pelas Edições O Cruzeiro. Calcula-se que a venda tenha ultrapassado a trezentos mil livros. Isso provocou o começo de outro folhetim, Escravas do amor, cujo sucesso foi também retumbante. Em 1950 o autor dá adeus a Freddy Chateaubriand e aos "Diários Associados" e fica esperando convites de outros jornais.
Samuel Wainer, dono do jornal Última Hora que contrata Nelson tinha algo em comum com o escritor: a tuberculose. Propõe ao autor que escreva, com pagamento extra, uma coluna diária sobre um fato real. Poderia se chamar "Atire a primeira pedra". Nelson sugeriu "A vida como ela é..." e, sugestão aceita, foi para a máquina escrever a primeira coluna. O sucesso foi estrondoso. Em 1951 relançou Suzana Flag em "O homem proibido".
Em 08 de junho de 1953 estréia no Teatro Municipal do Rio a peça "A falecida". Chamada de "tragédia carioca" era, na verdade, uma comédia. Foi escrita em 26 dias. "Perdoa-me por me traíres" teve, também, problemas de liberação com a censura, em 1957 - sofreu cortes. Depois de ser renegada por muitas atrizes, "Toda nudez será castigada" estréia no dia 21 de junho de 1965 e é um sucesso. Os artistas são aplaudidos em cena aberta, os ingressos são avidamente disputados e fica em cartaz por seis meses no Teatro Serrador e em excursão pelo Brasil.
De volta ao jornal "O Globo" passa a publicar "À sombra das chuteiras imortais" e "As confissões", cada uma patrocinada por um banco. Como recebia uma comissão por esses patrocínios (mais que o dobro de seu salário), estabilizou sua situação financeira.
1970 marca o início dos anos duros da ditadura militar no Brasil. Nelson, conhecido e admirado pelos militares, luta para tirar da prisão Hélio Pellegrino e Zuenir Ventura e, depois, seu filho Nelsinho.
Nelson Rodrigues faleceu na manhã do dia 21 de dezembro de 1980, um domingo. No fim da tarde daquele dia ele faria treze pontos na loteria esportiva, num "bolo" com seu irmão Augusto e alguns amigos de "O Globo".
Samuel Beckett
"O essencial se tornou tão mínimo que o fortuito parece sem limites."
Morre aos 83 anos em 22.Dez.1989
Samuel Barclay Beckett nasceu no dia 13 de abril de 1906, no subúrbio de Foxrock, em Dublin, Irlanda. Beckett é considerado um dos cinco maiores escritores de seu país, ao lado de pilares como Oscar Wilde, James Joyce, George Bernard Shaw e William Butler Yeats. Mas o que mais surpreende em Beckett é seu enorme talento em todos os tipos de textos: ele escreveu crônicas, contos, poesias, peças de teatro, programas de televisão e sempre se destacou em todas as áreas.
Desde jovem, Samuel mostrou talento para escrever. Aos 17 anos, se formou na Portora Royal School, com distinção acadêmica e também em esportes, notadamente em críquete e no boxe, uma de suas paixões e que praticou de forma amadora.
Aos 21 anos, em 1927, se graduou em primeiro lugar em Literatura Moderna na Trinity College, em Dublin, onde estudou italiano e francês.
Em 1928, mudou-se para Paris, onde foi lecionar inglês na Ecole Normale Supérieure de Paris, onde trabalhou até 1930. Nessa época conhece o seu conterrâneo e já consagrado escritor James Joyce, que havia publicado “Ulysses”, em 1922. Nesses dois anos publica um ensaio intitulado “Joyce”, uma pequena novela, “Assumption” e um poema, “Whoroscope”.
Em 1930 volta a lecionar na escola onde havia se formado, Trinity, mas a abandona no ano seguinte, sem dar justificativa. É dessa época o estudo crítico sobre Marcel Proust, “Proust”.
No ano seguinte, resolve fixar residência em Paris, e compõe sua primeira novela, “Dream of Fair to Middling Women”, que só seria publicado postumamente, em 1993. Muitas dessas estórias seriam reescritas e aproveitadas no livro “More Pricks Than Kicks”.
Em 1933, Samuel resolve voltar para Dublin, ao saber da morte de seu pai e para cuidar de sua mãe. Durante os próximos quatro anos faria terapia em Londres e faria seguidas viagens até a Alemanha para estudos. Volta para Paris em 1938, fixando residência permanente. Dois acontecimentos marcaram sua vida de forma dramática: é agredido por um estranho e recebe uma facada no peito, que lhe deixaria gravemente ferido. Em compensação, conheceria Suzanne Deschevaux-Dusmenoil, com quem viveria o resto da vida e se casaria em 1961.
Durante os anos de 1940 até 1945, Samuel, ao lado de Suzanne, seria um membro ativo da Resistência Francesa contra a Alemanha nazista liderada por Adolf Hitler. Em 1942, é descoberto pelos alemães e obrigado a fugir para a vila de Roussillon, em Vichy, onde ficaria até o final da Segunda Guerra. Lá escreve boa parte da novela “Watt” e acaba condecorado com a Cruz de Guerra, pelo governo provisório da França, após o final da mesma, pela sua participação na Resistência.
Durante esses anos, Samuel Beckett começa a escrever em francês, já que não encontrava uma editora na Inglaterra para publicar seus escritos.
Em 1946, Beckett volta para Paris e começa um período extremamente profícuo. Após várias tentativas, passa a escrever somente em francês e produz os contos “First Love”, “The Expelled”, “The Calmative” e “The End”, além do romance “Mercier and Camier”, “Molloy, Malone Dies and The Unnamable”, “The Texts for Nothing” e “Waiting for Godot”. E Beckett começa a escrever tanto em inglês quanto em francês, traduzindo simultaneamente um texto de uma língua para outra. Em 1949, publica “Three Dialogues” e em 1950 “Death of mother”.
“Molloy Malone Dies” sai em 1951; “Wating for Godot”, “Watt” e “The Unnamable”, em 1953. “Stories e Texts for Nothing”, são lançados em 1955.
Em 1957 lança “Endgame”; em 1958 “Krapp’s Last Tape”.
Em 1964 é convidado para dirigir seu próprio roteiro de “Film”, com Buster Keaton, em Nova York. Em 1967, publica “The Lost Ones” e em 1969 recebe o maior prêmio de sua vida, o Nobel de Literatura.
Em 1970, sai “First Love” e “Mercier and Camier”. Em 1972, é a vez da peça “Not I”. Em 1977, faz um texto para a televisão “...but the clouds...”, fato que se repetiria em 1982, com “Quad”. Entre 1980 e 1986 publica mais três livros: “Company” (1980), Ill Seen Ill Said (1981) e Stirrings Still. Em 1988, escreve um livro de poemas, “What is the World”.
Em 1989, vê sua companheira Suzanne, falecer no dia 17 de julho. Cinco meses depois, no dia 22 de dezembro, é a vez do próprio Samuel, aos 83, descansar, após três anos de luta contra um enfisema. Ele é cremado, junto com Suzanne no Cemitério de Monteparnasse, perto de sua residência em Paris. Em 1993, é finalmente publicado seu primeiro trabalho, “Dream of Fair to Middling Women”. Esse texto foi um dos primeiros a utilizar monólogos interiores. Beckett dizia que os “monólogos são palavras que não fazem trabalho algum e nem querem”. Conhecido por seu distanciamento em relação a seus personagens, Beckett dizia que nem sempre o narrador em primeira pessoa precisa ser coerente e claro. Ele acreditava que, se fizesse um narrador confuso e que mesmo contando sua própria história não teria certeza do que estava falando, criaria com mais realismo as dificuldades de comunicação do homem moderno. Essa tensão é achada em vários textos seus, particularmente em “Molloy”.
Com um modo peculiar de narrar uma história ou um acontecimento, real ou fictício, Samuel Beckett conseguiu adentrar em um paralelo em que talvez, apenas seu conterrâneo James Joyce permaneceu: a arte de explicar e confundir e de usar pessoas para expor idéias nem sempre compreendidas, mas universais.
(Texto "Rubens Leme da Costa")
dica: A famosa trilogia "Molloy", "Marrone está a morrer" e "O inominável"... se conseguires.
F. Scott Fitzgerald
“Você não escreve para dizer algo. Você escreve porque tem algo a dizer”.
Morre aos 44 anos em 21.Dez.1940
Com apenas 13 anos escreveu a sua primeira história sobre um detective, publicada no jornal da escola. De 1911 a 1913 frequentou a escola católica Newman, em New Jersey. Uns anos mais tarde, enquanto membro da turma de 1917 da Universidade de Princeton, Fitzgerald negligenciou os seus estudos em detrimento da aprendizagem literária. Escreveu guiões e letras para os musicais do Club Triangle de Princeton e colaborou na revista de humor Princeton Tiger e ainda na revista Nassau Literary.
Entre os seus colegas de Faculdade encontram-se Edmund Wilson e John Peale Bishop. Sendo pouco provável terminar o curso, Fitzegerald alistou-se no exército, em 1917, onde foi nomeado segundo tenente. Convencido de que ia morrer na guerra, escreveu avidamente o romance «The Romantic Egotist».
Em Junho de 1918 Fitzgerald foi destacado para Sheridan, em Alabama. Aí apaixonou-se pela famosa Zelda Sayre, filha do Juíz do Supremo Tribunal de Alabama. Em 1919 foi para Nova Iorque a fim de ganhar dinheiro para se casar. Incapaz de esperar e de viver do pouco ordenado do futuro marido, Zelda terminou o noivado.
Bem sucedido no meio da publicidade, Fitzgerald deixou o seu emprego, em 1919 e voltou a S. Paulo para reescrever o romance «This Side of Paradise». No Outono desse ano, começou a sua carreira de escritor, assinando artigos para revistas de massas. Trabalhando através do agente Harold Ober, interrompeu os seus romances para ganhar dinheiro em ficções populares. O Jornal Saturday Evening Post passou a ser o meio comercial privilegiado para as suas histórias, e Fitzgerald começou a ser apelidado como "Escritor do Post". As suas histórias sobre o amor eram consideradas uma lufada de ar fresco na literatura da época. Retratavam mulheres americanas inovadoras, independentes e determinadas.
A publicação de «This Side of Paradise» em 1920, levou Fitzgerald à ribalta e, apenas uma semana depois, casou com Zelda em Nova Iorque.
Escreveu o segundo romance «The Beatiful and Damned» um ano antes do nascimento do seu único filho, Frances Scott (Scottie), em 1921.
Em 1924, Fitzgerald foi para França, onde escreveu o famoso «Great Gatsby» (tradução portuguesa: O Grande Gatsby).
O seu casamento desmoronou-se e apesar das críticas ao livro serem muito elogiosas, a verdade é que as vendas foram uma desilusão. Mas nem tudo correu mal. Fitzgerald conheceu o grande escritor Ernest Hemingway ainda em Paris, de quem se tornou um grande amigo e admirador.
Em 1931 Fitzgerald regressou à América e em 1937 assinou um contrato milionário com Metro-Goldwyn-Mayer.
Apesar de ganhar muito dinheiro, Fitzgerald e Zelda gastavam-no ainda mais depressa, contraindo muitas dívidas.
Em 1939 começou a escrever o romance «The Love of the Last Tycoon» que nunca chegou ao fim. Fitzgerald morreu de ataque cardíaco no apartamento de um amigo, em Dezembro de 1940.
Bocage
"Deus, ó Deus!... Quando a morte à luz me roube
Ganhe um momento o que perderam anos,
Saiba morrer o que viver não soube"
Morre aos 40 anos em 21.Dez.1805
Poeta lírico neoclássico português, que tinha pretensão a vir a ser um segundo Camões, mas que dissipou suas energias numa vida agitada. Nasceu em Setúbal, em 15/09/1765 e morreu em Lisboa (21/12/1805), aos 40 anos de idade, vítima de um aneurisma. Nos últimos anos o poeta vivia com uma irmã e uma sobrinha, sustentando-as com traduções de livros didáticos. Para viver seus últimos dias, inclusive, teve de valer-se de um amigo (José Pedro da Silva) que vendia, nas ruas de Lisboa, suas derradeiras composições: Improvisos de Bocage na Sua Mui Perigosa Enfermidade e Coleção dos Novos Improvisos de Bocage na Sua Moléstia.
Em 1797, acusado de heresia, dissolução dos costumes e idéias republicanas, foi implacavelmente perseguido, julgado e condenado, sendo sucessivamente encarcerado em várias prisões portuguesas. Ali realizou traduções de Virgílio, Ovídio, Tasso, Rousseau, Racine e Voltaire, que o ajudaram a sobreviver seus anos seguintes, como homem livre. Ao recuperar a liberdade, graças à influência de amigos, e com a promessa de criar juízo, o poeta, envelhecido, parece ter abandonado a boêmia e zelado até seus últimos momentos por impor aos seus contemporâneos uma imagem nova: a de homem arrependido, digno e chefe de família exemplar. Sua passagem pelo Convento dos Oratorianos (onde é doutrinado, logo após sua saída da cadeia) parece ter contribuído para tal.
(Jornal de Poesia)John Steinbeck
Morre aos 66 anos em 20.Dez.1968
Steinbeck nasceu em 27 de fevereiro de 1902 em Salinas, Califórnia. Apesar de ter estudado diversos anos na Universidade de Stanford, saiu sem graduação e passou a trabalhar como operário para sustentar-se enquanto escrevia. Seu primeiro romance foi publicado em 1929, mas foi somente a partir da publicação de Tortilla Flat, em 1935, que o autor alcançou o reconhecimento da crítica e do público. Seu sucesso literário continou com In dubious battle (1936) e com Of mice and men (1937). As vinhas da ira (1939) conferiu a Steinbeck o Prêmio Pulitzer. Nessas obras, os temas proletários se acham expressos pelo retrato dos trabalhadores desarticulados e despossuídos que habitavam sua região. Os romances Of mice and men e As vinhas da ira foram mais tarde transportados para o cinema.
Em 1943 Steinbeck viaja para a África do Norte como correspondente de guerra. Alguns de seus últimos trabalhos incluem Cannery Row (1945), The pearl (1947), East of Eden (1952), The winter of our discontent (1961) e Travels with Charley (1962). Produziu também diversos “scripts” para o cinema, incluindo a adaptação de dois entre seus trabalhos mais curtos: The pearl e The red poney. Steinbeck morreu em Nova Iorque em 20 de dezembro de 1968. Em praticamente toda sua obra, o autor revelou um interesse profundo na motivação que determina a conduta humana, ao criar um mundo por vezes irreal que poderia equilibrar, amenizar o mundo mau e cruel que era o mundo real , um mundo que ele próprio vivenciou. Para isso ele recorreu freqüentemente a um simbolismo amplo que lhe angariou inclusive alguns fracassos, entre alguns grandes sucessos literários. (Alba Olmi)