quarta-feira, junho 21, 2006


"I'm so tired, I haven't slept a wink
I'm so tired, my mind is on the blink
I wonder should I get up and fix myself a drink
No,no,no.
(...)
I'd give you everything I've got for a little peace of mind"
-John Lennon-

( Estou tão cansado, não consigo dormir nada
Estou tão cansado, minha mente está apagando
Fico imaginando se devo me levantar
E fazer um drink
Não, não, não.
(...)
Eu daria tudo que eu tenho
Por um pouco de paz de espírito)

segunda-feira, junho 19, 2006

Nick Drake... 58 anos!


Pensei no que escrever, rabisquei, fiz esboços... cutuquei a Net, copiei aquilo, transcrevi 'aquilo' outro... mas acabei vencido pelo lindo e esclarecedor texto de 'Alexandre Matias' no espaço 'Trabalho sujo'... daí...

Se vivo aqui estivesse "Nick Drake" apagaria hoje 58 velinhas!!!

"Ele nasceu em Burma, no dia 19 de junho de 1948, mudou-se para Bombaim ainda bebê e fixou-se na Inglaterra aos sete anos, indo morar em Far Leys, a casa que o viu crescer na minúscula Tanworth-in-Arden. O jardim dos fundos sempre esteve presente em sua infância, como o piano de sua mãe (compositora influenciada por Noël Coward e Sandy Wilson), as histórias de seu pai e compositores clássicos, sua principal companhia musical quando criança. Naturalmente foi para o piano e logo se tornaria um instrumentista de talento, ainda que adolescente. Mas o espírito rebelde daqueles dias o levaram para os Beatles e, influenciado por eles, trocou o piano por um violão, depois de muito pedir aos pais.

Levava-o para o jardim e observava o céu, como esperasse que a inspiração descesse como um pássaro. O ouvido habituado ao piano o levara a experimentar diferentes afinações ao violão, fugindo do padrão do instrumento e procurando novas formas pessoais de expressão. Vinha a noite e voltava para casa, fazendo da sala de estar seu ambiente noturno. Esperava os pais dormirem e começava a tocar as próprias músicas, registrando-as num pequeno gravador que até hoje está na mesa de centro da casa dos Drake. Sentado numa poltrona laranja, dedilhava acordes tímidos à medida que procurava canções entre as notas que tocava. Insone, passava a noite acordado, indo à cozinha de vez em quando para um copo de água ou um pedaço de pão. Influenciado por Joni Mitchell e Van Morrison, começava a gravar quando o sol mandava notícias, azulando levemente o começo do dia trazendo as músicas, que, repetidas, acordavam os pais.

Por conta própria, começou a apresentar-se ao vivo, como uma forma de exorcizar sua natureza intimista. A mudança aconteceu devido a seu primeiro contato com maconha, na casa da irmã mais velha Gabrielle, em Londres. Mudou-se para Cambridge aos 19 anos e na faculdade Fitzwilliams (onde estudava inglês e uma de suas maiores influências, o poeta William Blake) começou a se apresentar, primeiro nas casas de amigos, em reuniões ao redor de um violão que corria de mão em mão; depois em apresentações menores, pequenos bares universitários e festas da vizinhança. Seu medo do palco, no entanto, o afastava de apresentações maiores e Drake costumava abrir apresentações alheias antes de abandonar a platéia, ensimesmado.

Uma destas curtas apresentações mudaria sua vida. Foram dez minutos durante um festival organizado pelo lendário grupo folk Fairport Convention na Roundhouse. Após a apresentação do grupo, o baixista Ashley Hutchings preferiu

ficar entre o público e assistir as outras apresentações que seguiriam até o dia seguinte. Quando Drake subiu ao palco, instantaneamente capturou a atenção de Ashley: com quase um metro e noventa de altura, cabelos despenteados caindo sobre o rosto, roupas que pareciam dois números menores que o tamanho que usava e um violão, ele sentou-se num banco de madeira e passou a suspirar sua doce voz canções que pareciam eternas. Pelo corpo e braço do violão, seus dedos procuravam as cordas de forma diferente, faziam acordes diferentes, alisavam a música burilada entre acordes como um contraponto harmônico à melodia que sua voz cantava. Hutchings conversou com o jovem à saída do palco, pegou seu telefone e pediu para que enviasse uma fita demo à Witchseason, a empresa do produtor Joe Boyd, responsável pelos primeiros singles do Pink Floyd e por artistas como a Incredible String Band, John e Beverly Martyn, Richard Thompson e o próprio Fairport Convention. Assim

Drake fez.

O resultado deixou Boyd boquiaberto. Encontrara um artista completo, perfeito, quase mágico. Apenas com a voz e o violão, ele parecia clássico desde o primeiro instante, um artista romântico solitário do século 18 que, de alguma forma, teve sua música gravada. Mas Drake tinha apenas 20 anos e vivia nos mesma década de 1960 que Boyd, o que lhe deixou estarrecido. Não era pouco: com seu ouvido apurado e capacidade de tirar o melhor dos artistas que produzia, Joe Boyd era uma lenda nacional e sua reputação parecia ter chegado ao topo. Mas um jovem de Tanworth-in-Arden o provara que a maior qualidade da arte é sua capacidade de surpreender. Em pouco tempo, estaria com Drake no estúdio, gravando seu primeiro disco.

Five Leaves Left, de 1969, teve seu nome tirado do aviso que as embalagens de seda pra cigarro inglesas trazem quando estão chegando ao fim: "faltam cinco folhas". A sensação de se estar chegando perto do fim são bem retratadas nas fotos do disco: na capa, Drake olha desolado para fora de uma janela; na contracapa, encostado num muro de tijolos à vista, ele observa apenas o borrão que um engravatado provoca ao passar correndo por ele.

"Quando o dia acabar/ O sol afunda na terra/ Com tudo que foi perdido e ganho", canta "Day is Done", "Quando a noite esfriar/ Uns passam, outros envelhecem/ Só para mostrar que a vida não é feita de ouro". Nos somos apresentados à música de Drake: um canto quase mudo, quente ainda que estático, um gemido sem dor. Sua voz observa o mundo ao redor e o traduz em forma de metáforas campestres. O violão, dedilhado delicadamente, funciona como uma estrada de paralelepípedos por onde o autor caminha, olhando os céus, as árvores, os campos. Tudo soa árcade e pastoril e os outros instrumentos convidados no disco apenas ajudam a manter esta atmosfera: congas, um violoncelo, piano, o baixo de Danny Thompson, piano e, claro, as cordas impressionistas de Robert Kirby. Este foi sugerido pelo próprio Drake quando este começou a se irritar (embora apenas demonstrasse ansiedade e impaciência, nunca raiva, no estúdio) com o arranjador que Boyd sugeriu para acompanhar suas músicas. Drake conhecia Kirby de Cambridge, mas nunca havia feito nada num estúdio de gravação - como o próprio Nick. O resultado foi surpreendente: com cores frias e pinceladas borradas dadas pelas cordas do quarteto que acompanha o cantor em quase todas as faixas.

"Fruit Tree", quase ao final do disco, é a peça central de Five Leaves Left. Sem muitos rodeios, Drake canta sobre o reconhecimento tardio, sobre a morte não como um fim, mas como um motivo para lembrarmos da vida. Canta sobre ele mesmo


"Faltam cinco folhas" também nos remete ao outono, introspectiva estação que observa as plantas cederem à fria temperatura. Mas o disco termina com o sol de sábado, nos preparando para seu próximo álbum. "O sol de sábado veio mais cedo certa manhã/ Num céu tão claro e azul/ O sol de sábado veio sem aviso/ Ninguém sabia o que fazer/ O sol de sábado trouxe faces e pessoas/ Que não pareciam muito em seus dias/ Mas quando me lembro destas pessoas e lugares/ Eram muito bons em seu jeito/ Em seu jeito/ O sol de sábado não virá me ver hoje". Five Leaves Left foi bem recebido pela crítica, que o comparou com Tim Buckley, Van Morrison e Donovan, saudando a nova descoberta de Joe Boyd com entusiasmo. Mas o público não percebeu o primeiro fruto de Drake e, convencido que sua introspecção fora responsável pelo fracasso de vendas, decidiu trazer o sol de sábado para o novo disco, Bryter Layter.

Convicto de que poderia fazer seu trabalho mais aberto e ensolarado, Drake abre seu novo álbum com os mesmos motivos entristecidos de Five Leaves Left, embora as cordas de Robert Kirby insinuem o nascer do sol. A presença da banda em "Introduction" é discreta, mas "Hazey Jane II" mostra as novas cores quentes da música de Drake, com Richard Thompson na guitarra, Dave Pegg no baixo e Dave Mattacks na bateria (todos do Fairport Convention) e as nuances em allegro dadas pelo arranjo de metais de Kirby. "At the Chime of the City Clock" volta-se às tonalidades frias das cores do vocal do compositor, mas o sentimento é mais populoso, menos isolado. "Fique em casa, sob o assoalho/ Fale apenas com os vizinhos/ Os jogos que você joga/ Fazem as pessoas dizer/ Que você é tão esquisito quanto só". "One of These Things First" é ainda mais urbana: "Eu poderia ter sido um marinheiro/ Poderia ter sido um cozinheiro/ Um amante da vida/ Um livro/ Eu poderia ter sido uma placa, poderia ter sido um relógio/ Simples como uma chaleira, firme como uma pedra/ Eu poderia estar aqui e agora/ Eu poderia, deveria/ Mas como?/ Eu deveria ter sido uma destas coisas antes". Ele quase canta a reencarnação, como se já tivesse passado por diversas vidas no passado, remetendo ao budismo discreto de "River Man", do disco anterior.


Bryter Layter é permeado por este tipo de abordagem. "Você se sente remanescente/ De algo passado/ Você acha que as coisas/ Estão se movendo muito rápido", canta em "Hazey Jane I", "Faça por você/ E tenha certeza que fará o mesmo por mim, um dia/ Então tente ser verdadeiro/ Mesmo que de sua forma nublada/ Você consegue dizer que está se movendo/ Sem um espelho pra ver/ (...) É tudo tão confuso/ É difícil acreditar". Acompanhada da viola e do cravo de John Cale, em "Fly", confessa: "Eu caí de muito alto na primeira vez/ Agora apenas sento no chão do seu jeito", e logo emenda com a autobiográfica "Poor Boy": "Nunca soube por que vim/ Pareço ter esquecido/ Nunca perguntei de onde vim/ Ou como parei aqui/ Sou um pobre garoto/ E um aventureiro/ As coisas que digo soam mais estranhas/ Que o domingo tornando-se segunda". "Você me amaria pelo meu dinheiro?/ Você me amaria pela minha cabeça?/ Você me amaria através do inverno/ Você me amaria até eu morrer?", pergunta em "Nothern Sky", antes do triste instrumental de "Sunday".

Mas apesar do disco ser considerado por Boyd não apenas a obra-prima de Drake como sua melhor produção, Bryter Layter novamente não vendeu. Mesmo com as boas críticas, o que ainda mais deprimiu o autor. Tinha apenas 21 anos e sentia o peso do mundo nas costas. Queria comunicar-se com as pessoas ("Se canções fossem as linhas de uma conversação", cantou em "Hazey Jane II", "tudo seria mais fácil"), mas elas pareciam não querer ouvir. A depressão de Drake aumentou quando Boyd vendeu sua companhia para a gravadora Island. Voltou à casa dos pais e entrou em profunda reclusão. Falava pouco com os outros e sempre demonstrava estar passando por uma terrível dor interior, embora sua imagem muda no escuro parecesse não revelar nenhuma emoção. Um dia, Chris Blackwell ligou para Drake, oferecendo sua casa na Espanha para passar alguns dias. Sem pestanejar, foi. Voltou e telefonou para John Wood, o engenheiro de som que acompanhou Boyd em seus dois discos. Queria gravar um disco.

Sozinho, entrou no estúdio e em duas noites de 1972 tinha Pink Moon pronto. Voltou apenas à faixa-título, para acrescentar um doce mas triste piano na parte instrumental. Nenhum outro instrumento, nenhum segundo take, emoção bruta e sem edição - menos de meia hora com apenas Drake e seu violão. Após perceber que Drake não queria nenhum arranjo ou outra adição instrumental, Wood pediu que levasse a fita para a gravadora, explicando que era um álbum diferente dos anteriores. Nick Drake chegou à porta do escritório da Island e não conseguiu dizer uma palavra, apenas entregando a fita dentro de um envelope pardo sem nenhuma etiqueta ou anotação para uma secretária. Apenas alguns dias após a entrega vieram a descobrir que não era a demo de um novo artista, mas o novo álbum de Nick Drake.

Pink Moon é o momento mais amargo de sua carreira. "Eu era verde, mais verde que o monte/ Onde as flores nascem e o sol brilha/ Agora sou mais escuro que o mais profundo mar/ Me ajude, me deixe ficar" ("Place to Be"). "Todas as fotos que mantém na parede/ Todas as pessoas que virão ao baile/ (...) Conte o gado que passa pela cancela/ Mantenha um carpete tão grosso no chão/ Mas ouça me chamando e não me dará uma carona" ("Free Ride"). "Sei que te amo/ Sei que não me importo/ Você sabe que eu te vejo/ Você sabe que não estou lá" ("Know"). "Você pode dizer que o sol está brilhando, se quiser/ Eu posso ver a lua e está claro/ Você pode pegar a estrada que te leva às estrelas/ Eu só posso pegar a estrada que me vê por dentro" ("Road"). "Veja e me verá no chão/ Pois sou o parasita desta cidade" ("Parasite"). "Caindo rápido e livre você procura um amigo/ Caindo rápido e livre pode ser o fim" ("Harvest Breed"). "Eu vi escrito e ouvi dito/ Aí vem a lua rosa/ Nunca uma lua esteve tão alto/ A lua rosa vai pegá-los todos" ("Pink Moon").

As canções pareciam repletas de um sentimento cru que o autor deixava sair à força, contra sua vontade. A culpa para suas palavras não terem sido compreendidas era também sua, embora Drake nunca pediu pena de ninguém. Era apenas uma sensação de frustração, de não cumprir o que deveria ter feito, de lamentar a própria existência e não conseguir curá-la. Mas comparando o produto com o autor, nota-se claramente o esforço do artista para que aquelas canções saíssem: Drake mal conseguia conversar com as pessoas, mas gravou um álbum inteiro tomado pela confissão. Depois de Pink Moon, cujas canções Drake nunca cantou para ninguém a não ser no estúdio, voltou a cair em depressão, sendo tratado clinicamente. Odiava remédios e os tomava sem a regularidade que os médicos lhes prescreviam, sentia que estava envenenando seu corpo e só fazia isso por seus pais. Cada vez mais se isolava e fugia do mundo exterior.

Ao mesmo tempo, sua lenda crescia. Embora seus discos vendessem poucos, eles eram disputados por ouvintes que encontravam uma sabedoria adolescente mágica, acompanhada de uma biografia que justificava não apenas a utopia hippie como o romantismo dramático que aos poucos tomaria conta da música popular. David Geffen, dono da gravadora Asylum (casa de Joni Mitchell e Jackson Browne), queria incluir Nick em seu catálogo, mas tanto Chris Blackwell quanto Joe Boyd insistiam em relançar seus discos por conta própria. Até que um certo dia, no começo de 1974, decidiu voltar a gravar. Gravou quatro canções e sorriu com a possibilidade de ter suas músicas gravadas num álbum da cantora francesa François Hardy, que havia declarado interesse em tal projeto.

Voltara a conversar com os amigos e aos poucos deixava o casulo da casa dos pais. Não tocava em público ainda, mas era claro que o sol havia voltado a brilhar na vida do jovem Drake, que parecia disposto a retomar a carreira. Nem suas noites de insônia eram poupadas, preferia dormir direito e acordar cedo para readaptar-se à luz do dia. Para ajudar dormir, os remédios que os médicos lhes recomendaram, Tryptizol. Nunca ninguém havia lhe dito que mais de uma pílula era demais - e era.

Quando Molly Drake acordou no dia 25 de novembro de 1974, o filho não havia acordado ainda. Estranhou. Foi mexer em sua cama e ele não reagia. Nick Drake, 26 anos, estava morto.

Todos os motivos levam a crer que a morte de Drake fora acidental. Já havia confessado a amigos próximos que havia pensado em suicídio nos momentos mais tristes de sua vida, mas que considerava-se covarde para cometê-lo. E 1974 havia sido um excelente ano para o cantor, que aos poucos voltava a tocar violão na sala de estar da casa dos pais e a receber e atender telefonemas de amigos. Um lapso fatal, que encerrou sua prematura carreira como se esta fosse uma lenda, uma história fantástica. Três discos mágicos, cada um à sua maneira, mostrando adjetivos e cores diferentes para o mesmo tipo de sentimento, o mesmo tipo de relação com a sociedade e o ambiente em que vivia, sempre abordados da mesma forma prematuramente madura que Drake parecia ter sobre a vida. Nos anos seguintes, uma caixa (Fruit Tree) reuniria seus discos para a posteridade, ampliando sua lenda pessoal. Gravações da época de Five Leaves Left foram encontradas em 1984 e reunidas às quatro últimas faixas gravadas por Drake (entre elas, a mórbida "Black Eyed Dog" - um presságio da morte?) no álbum Time of No Reply. Deste disco, vem "I Was Made to Love Magic", síntese de sua espiritualidade e importância musical:

"Nasci para amar ninguém
Ninguém para me amar
Só o vento na alta verde relva
O gelo numa árvore quebrada
Eu nasci para amar a magia
Tudo é surpresa para conhecermos
Mas vocês perderam esta magia
Muitos anos atrás"

- Alexandre Matias -

Aqui procurando por 'Nick Drake' pode-se fazer o donwload de todos os seus álbuns bem como do lindo documentário 'A Skin Too Few'

sábado, junho 17, 2006

Curtas




..."Sting" lançará em Outubro um trabalho inusitado de música Elizabetana de 'John Dowland', um músico do séc. XVI, tocador de Alaúde entre os reinados da Europa. 'Sting' diz ter conhecido a obra do compositor nos anos 80 e há cerca de dois anos seu guitarrista, 'Dominic Miller', lhe presenteou com um alaúde que o fez mergulhar no repertório do instrumento e do 'Dowland'.
Sting se encontra no início de uma turnê na Europa, 'Broken Music Tour', e hoje se apresenta em 'Salonika, Grécia'. Os shows são baseados no álbum 'Sacred Love', de 2004 e a banda consiste em 'Sting' no baixo, 'Dominic' na guitarra, 'Lyle Workman' (Beck) também na guitarra, e 'Abe Laboriel, Jr.' (Paul McCartney) na bateria.

...Falando ainda em 'Sting', ele participa ao lado de 'Bono, Michael Buble, Elvis Costello, Paul McCartney, George Michael, Stevie Wonder'... e vários outros, no novo disco de "Tony Bennett", em comemoração ao seu aniversário de 80 anos, dia 3/Agosto. 'Tony Bennett: Duets/An American Classic' sairá dia 26 de Setembro.

...E o "Counting Crows" vai estar bem ocupado nesse verão americano com uma longa tour a se iniciar Quarta-feira, dia 21 de Junho, em 'Portland' e que se estenderá até Setembro. Um dia antes lança seu segundo trabalho 'ao vivo', gravado em 2003 na Holanda, 'New Amsterdam : Live at Heineken Music Hall 2003, que abre com a bela 'Rain King' do primeiro disco da banda em 1993, - em plena efervescência da cena 'Grunge' e trazendo uma veia mais melancólica aos ares da época - passando por músicas de todos os seus discos. De novo só a faixa 'Hazy'; e de velho, eles esqueceram de 'Mr. Jones' e 'Round Here'. Vale fazer uma visita ao Blog do vocalista 'Adam Duritz' aqui

quinta-feira, junho 15, 2006

10 anos sem 'Ella'



50 anos de carreira, cerca de 200 discos lançados, aproximadamente 2000 músicas gravadas ...
13 Grammys, mais de 40 milhões de discos vendidos.
'The First Lady of the Song', "Ella Fitzgerald" morreu em sua casa em 'Beverly Hills' dia 15 de Junho de 1996, aos 79 anos.


'Ella tinha uma voz doce com entonação de menina, extremo domínio da técnica vocal, swing e scat maravilhosos e a capacidade de percorrer as escalas ascendentes e descendentes com incomparável maestria. Some-se a isso o fato de que, apesar de sua infancia difícil, cantava com contagiante alegria.
Aos 19 anos já era considerada a primeira dama do jazz recebendo críticas extremamente elogiosas das maiores revistas de jazz dos EUA, o que a leva a ser contratada pelo produtor e dono de gravadoras (Verve/Pablo) Norman Granz, integrando o grupo Jazz At The Philharmonic gerenciado por ele. Granz torna-se seu empresário e, em 1956, começam a produzir uma serie de songbooks que tornaram ainda mais clássicos compositores como os irmãos Gershwin, Irving Berlin,Duke Ellington, Cole Porter e Tom Jobim entre outros. Gravou ainda três discos clásicos com 'Louis Armstrong' ,que dispensa comentarios. Seus discos em dueto com 'Joe Pass' são considerados dos biscoitos mais finos do jazz.
Gozou de grande sucesso ao longo de toda sua vida - desde os primeiros dias no Savoy, passando pelos shows para universitários libertários nos anos 60, aos concertos lotados até sua morte em 1996.
(Ferrnando Jardim)

quarta-feira, junho 14, 2006

Duas Décadas sem o labiríntico 'Borges'


"Minha boca pronunciou e pronunciará, milhares de vezes e nos dois idiomas que me são íntimos, o pai-nosso, mas só em parte o entendo. Hoje de manhã, dia primeiro de julho de 1969, quero tentar uma oração que seja pessoal, não herdada. Sei que se trata de uma tarefa que exige uma sinceridade mais que humana. É evidente, em primeiro lugar, que me está vedado pedir. Pedir que não anoiteçam meus olhos seria loucura; sei de milhares de pessoas que vêem e que não são particularmente felizes, justas ou sábias. O processo do tempo é uma trama de efeitos e causas, de sorte que pedir qualquer mercê, por ínfima que seja, é pedir que se rompa um elo dessa trama de ferro, é pedir que já se tenha rompido. Ninguém merece tal milagre. Não posso suplicar que meus erros me sejam perdoados; o perdão é um ato alheio e só eu posso salvar-me. O perdão purifica o ofendido, não o ofensor, a quem quase não afeta. A liberdade de meu arbítrio é talvez ilusória, mas posso dar ou sonhar que dou. Posso dar a coragem, que não tenho; posso dar a esperança, que não está em mim; posso ensinar a vontade de aprender o que pouco sei ou entrevejo. Quero ser lembrado menos como poeta que como amigo; que alguém repita uma cadência de Dunbar ou de Frost ou do homem que viu à meia-noite a árvore que sangra, a Cruz, e pense que pela primeira vez a ouviu de meus lábios. O restante não me importa; espero que o esquecimento não demore. Desconhecemos os desígnios do universo, mas sabemos que raciocinar com lucidez e agir com justiça é ajudar esses desígnios, que não nos serão revelados.

Quero morrer completamente; quero morrer com este companheiro, meu corpo."

('Uma Oração', extraído do livro 'Elogio da Sombra')


Em 14 de Junho de 1986 o escritor argentino 'Jorge Luis Borges' morria aos 87 anos de idade.



...Após o discaço 'Frances The Mute', de 2005, eis que o grupo "The Mars Volta" anuncia seu sucessor, 'Amputechture', que tem participação de 'John Frusciante', do 'Red Hot Chilli Peppers'. Aliás, será com o grupo 'Red Hot' que 'The Mars' fará uma tour neste verão americano/canadense, e o disco será lançado no meio de Agosto.

...Quem está com disco pronto é "Beck". O disco, ainda sem nome, foi produzido por 'Nigel Godrich' (Radiohead) que já havia trabalhado com o músico no belo 'Sea Chance' , de 2002. Lançamento previsto para Setembro. De quebra, encontrei neste Blog umas músicas:
Beck & Thom Yorke - im set free
Beck & Sia - the one that i want

...E previsto para dia 28/Agosto o novo de "Bob Dylan", intitulado 'Modern Times'. 'Dylan' não gravava desde 2001 quando lançou 'Love & Theft'. Nesse espaço colocou na praça 3 discos do seu famoso arquivo na série 'Bootleg', 'Vol.5:Live 75', 'Vol.6:Live 64' e 'Vol.7:No Direction Home' trilha do Documentário. Especula-se que o novo álbum venha na linha do último e de 'Time Out of Mind'. Algumas das novas canções já foram apresentadas por 'Mr. Dylan' em sua tour americana.

118 Anos para o Navegante das Palavras


'Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim... '
(Tabacaria)


...Eu até me lembrei, mas a Copa e especificamente o 'joguinho' do Brasil me desviaram a atenção (Perdoe-me Santo Antônio): Ontem foi dia da Poesia se sentir plena com a data do Aniversário do 'Maior de Todos', o português "Fernando Pessoa"(13.Junho.1888).

Aqui, sinceramente não conseguiria colocar em palavras o quanto 'Pessoa' me toca, assim como a mais bela canção de 'Nick Drake' ou a mais tocante interpretação da 'Billie Holiday'. Prefiro deixar Pegadas que conduzirão a algo.


"Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero.

Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também." ('O Livro do Desassossego')


Curtas



...Hoje (e amanhã) o cantor "Rufus Wainwright" transforma um sonho em um grande projeto, reviver, 45 anos depois, o célebre show que 'Judy Garland' fez no Carnegie Hall em 1961. Show esse que viraria disco, passaria 13 semanas como nº 1 (73 semanas na lista da Billboard) e levaria 5 Grammys, inclusive de Álbum do Ano. O show 'sold out' terá cerca de 27 canções acompanhadas por uma Orquestra de 40 músicos.


..."Diana Krall" concluiu seu novo disco a sair pela 'Verve' dia 12/Setembro. O novo álbum, ainda sem título, traz alguns 'standards' como 'How Insensitive', 'It Could Happen To You' e 'Little Girl Blue'. 'Diana' volta a trabalhar com colegas de longa data como 'Anthony Wilson' .


...'Colin Meloy' e seus "Decemberists" que se apresentam depois de amanhã (dia 16/Junho) num Festival em Colorado, entram também por esses dias ao estúdio para concluir seu primeiro trabalho com o selo 'Capitol', a sair dia 3/Outubro. Enquanto isso tem um disco de 'B-sides' e 'Outtakes' da sessão do cd 'Picaresque', intitulado 'Picaresqueties' rolando por aí.
Colin Meloy - Devil's Elbow


...E um 'Adeus' a revista 'ICE' que após 19 anos encerra suas atividades.

quarta-feira, junho 07, 2006

R.I.P. Billy



"Billy Preston", compositor e instrumentista americano conhecido como o ''quinto Beatle'', morreu ontem em Scottsdale (Arizona), aos 59 anos, vítima de doença renal. O empresário do artista, Joyce Moore, informou que Preston, nascido em 9 de setembro de 1946 em Houston (Texas), estava em coma desde novembro.

Preston tocou no álbum de 1970 "Let It Be", dos Beatles, e teve participação nas músicas "I Want You (She's So Heavy)" e "Something", do disco "Abbey Road" (1969).

O músico e compositor era contratado do selo fonográfico dos Beatles, "Apple", com o qual produziu em 1969 seu primeiro disco, "That's the Way God Planned It", e participou do álbum de mesmo nome que esteve a cargo do guitarrista George Harrison.

Sua colaboração com o grupo começou em 1969 graças a Harrison, que o contratou para tocar em "Let It Be".

Preston também teve no currículo passagens com os Rolling Stones. Atuou nos álbuns "Sticky Fingers", "Exile on Main Street", "Goat Head Soup", "It's Only Rock and Roll" e "Black and Blue".

Também participou de várias excursões com os Rolling Stones, até que deixou o grupo em 1977, por problemas financeiros. Mesmo assim, posteriormente colaborou em produções próprias de seus integrantes e no disco conjunto "Bridges to Babylon", de 1997.

Após um período em que foi detido e acusado de fraude na década de 80, e de receber tratamento para curar a dependência em álcool e cocaína, em 1990 fez uma turnê com Eric Clapton.

Colaborou também com outros artistas e grupos como Aretha Franklin, Jackson Five, Bob Dylan, Quincy Jones, Sam Cooke, Sammy Davis Jr; Red Hot Chili Peppers e Sly Stone.

Sozinho, chegou a gravar 18 discos entre 1965 e 1995. Em 1973 obteve um Grammy na

categoria melhor álbum instrumental, por "Outta Space". Outros de seus sucessos foram "Will It Go Round in Circles", "Nothing from Nothing" e "With You I'm Born Again", em um dueto com a compositora e cantora Syretta Wright.

É também autor do êxito de Joe Cocker "You Are So Beautiful".

(JB)



terça-feira, junho 06, 2006

"A vida é curta para mais de um sonho."

ERRA UMA VEZ


nunca cometo o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas três

quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez

- - X - -

LÁPIDE 2

epitáfio para a alma




aqui jaz um artista
mestre em desastres

viver
com a intensidade da arte

levou-o ao infarte

deus tenha pena
dos seus disfarces
- - X - -



esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem


Amanhã dia 7.Junho, 17 anos sem o Poeta
PAULO LEMINSKI

Mestiço de polaco com negra, Paulo Leminski nasceu na cidade de Curitiba, Paraná, em 24 de agosto de 1944. Desde os 18 anos, aproximadamente, esteve envolvido com a literatura, participando de congressos e concursos em todo o Brasil. Casou-se com a consagrada poetisa Alice Ruiz, com quem teve duas filhas. Além de poeta e prosista, Leminski era também tradutor (traduziu para o espanhol e o inglês trechos de sua obra Catatau, o qual foi traduzido na íntegra para o espanhol), como também compositor e letrista, tendo músicas gravadas por Caetano Veloso, Paulinho Boca de Cantor, A Cor do Som e Moraes Moreira.

Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais (poema japonês de três versos), trocadilhos, ou brincando com ditados populares. Aos 20 anos, publicou seus primeiros poemas na revista Invenção.
Na década de 70, teve poemas e textos publicados em diversas revistas de sua cidade natal - como Corpo Estranho, Muda Código, Raposa - e lançou o seu ousado Catatau, que denominou "prosa experimental", em edição particular.
Em 1983, o poeta passou a publicar pela editora Brasiliense, o que o fez conhecer o sucesso. Passou, então, a colaborar no Folhetim do jornal Folha de S. Paulo, a resenhar livros de poesia para a revista Veja e a participar do Jornal de Vanguarda da TV Bandeirantes. Como compositor, teve músicas gravadas por Caetano Veloso, Paulinho Boca de Cantor, Itamar Assumpção, Ney Matogrosso, por grupos como A cor do Som e Blindagem, e parcerias com Moraes Moreira.
Paulo Leminski foi também faixa-preta e professor de judô, poliglota e tradutor, professor de história e de redação em cursos pré-vestibulares, diretor de criação e redator de publicidade. Para o público infanto-juvenil escreveu em 1986, Guerra dentro da gente e, em 1989, A lua foi ao cinema.
O poeta morreu no dia 7 de junho de 1989.


sexta-feira, junho 02, 2006

'versário' de 54 anos!

'olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas'


Ana Cristina Cesar, ou Ana C., como era conhecida, nasceu em 2 de Junho de 1952 na cidade do Rio de Janeiro. Após 1968, passou um ano em Londres, fez algumas viagens pelos arredores e, na volta, deu aulas, traduziu, fez letras, escreveu para revistas e jornais alternativos, e saiu na antologia "26 Poetas Hoje", de Heloísa Buarque. Publicou, pela Funarte, pesquisa sobre literatura e cinema, fez mestrado em comunicação, lançou seus primeiros livros em edições independentes: "Cenas de Abril" e "Correspondência Completa". Dez anos depois voltou à Inglaterra, graduou-se em tradução literária, escreveu muitas cartas e editou "Luvas de Pelica". Trabalhou em jornalismo, televisão e escreveu "A Teus Pés", 98. Suicidou-se no dia 29 de outubro de 1983, atirando-se do apartamento de seus pais na sua segunda tentativa.


De Carlos Drummond de Andrade – Com o pensamento em Ana Cristina:

Ausência

Por muito tempo achei que ausência é falta

E lastimava, ignorante, a falta..

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

Ausência é um estar em mim.

E sinto-a tão pegada, aconchegada nos meus braços

Que rio e danço e invento exclamações alegres.

Porque a ausência, esta ausência assimilada,

Ninguém a rouba mais de mim.


quinta-feira, junho 01, 2006

'David Bowie' que não se apresentava em palco inglês desde 2004, fez uma aparição na noite de 29/Maio, no show de 'David Gilmour' no 'Royal Albert Hall' em Londres. Fã assumido do 'Pink Floyd', 'Bowie' cantou 'Arnold Laine' e 'Comfortably Numb' sendo ovacionado pela platéia. Outros convidados de peso também abrilhantaram o show, 'David Crosby & Graham Nash' participaram de 4 músicas, 'On an Island' e 'The Blue' do novo de 'Gilmour'; 'Shine on you crazy diamond' do 'Floyd' e a eterna 'Find the Cost of Freedom' da dupla. Presente também a lenda 'Robert Wyatt' na música 'Then I Close My Eyes'.

...Já que o papo é 'Floydiano', 'Roger Waters' inicia amanhã em Portugal, no 'Rock in Rio-Lisboa', sua turnê européia em que toca na íntegra o álbum 'The Dark Side of the Moon' (73). O ponto alto está previsto para o dia 14/Julho, na comemoração do Centenário da Fórmula l na França, em Magny-Cours quando o baterista 'Nick Mason' se apresentará na segunda parte do show. É esperado também a participação de 'Andy Latimer' (Camel) para as partes do 'Gilmour'.




O Primeiro trabalho solo de 'Thom York', 'The Eraser', produzido pelo requisitado 'Nigel Godrich' será lançado dia 11/Julho, mas já na 'rede', nota-se que o 'discão' veio mesmo na linha dos últimos do 'Radiohead', que hoje, na Filadélfia, abre sua tão aguardada turnê norte-americana.

Thom Yorke: The Eraser
Thom Yorke: The Clock

Mas hoje, 1º.Junho, queria voltar ao ano de 1973 e lembrar do trágico dia que "Robert Wyatt" caiu da janela de um terceiro andar que o deixou numa cadeira de rodas aos 28 anos de idade. Para um baterista poderia ser uma sentença final... 'Wyatt' foi criador do 'Wild Flowers' nos anos 60 - grupo que se dividiria no 'Caravan' e 'Soft Machine'. Tocando bateria e fazendo o vocal, o 'Soft' lançou três discos e encerrou as atividades em 1970. 'Wyatt' preparava o terceiro disco com seu novo grupo 'Matching Mole' quando se deu o acidente que provocaria profundas mudanças em sua vida; Na música, principalmente com ele se concentrando no Piano, Órgão e outros instrumentos de percussão. Mas sua bela voz ainda era seu instrumento mais valioso e em 1974 ele lançava um disco extremamente pessoal, ainda escrito no Hospital: 'Rock Bottom'(foto).

33 anos se passaram, o 'Wyatt' lançou vários discos e continua na ativa.
Recentemente participou (foto ao lado) do novo de 'David Gilmour', o lindo 'On an Island'.

THE END